13/05/2012

Lua Rosa













Lua Rosa

Roda do Ano e os Sabbats e Esbats
Em um tempo que se perde nas brumas da consciência a humanidade tinha uma relação direta com os ritmos cósmicos e ciclos da natureza: Terra, Sol, Lua e Astros. Alguns registros que datam 12 mil anos nos falam de povos que celebravam as transformações na natureza ao longo da Roda do Ano. O eterno ciclo de nascimento, desabrochar, crescimento e florescimento, maturidade e frutificação, envelhecimento, decadência e morte eram representados como uma grande roda.
Os Festivais Solares marcam os Solstícios e Equinócios, determinados pela entrada do sol nos signos astrológicos. E os Festivais do Fogo marcam pontos intermediários entre os solstícios e equinócios. Essas oito celebrações são chamadas de Sabbats (palavra de origem grega sabatu – descansar) – datas festivas que celebravam e reverenciavam a natureza, a alegria, as divindades.

 
 Roda do Ano e os Sabbats relativos ao hemisfério norte


A Terra, a Deusa, Grande Mãe era considerada como a origem da criação e o Deus, o Sol, seu filho e consorte gerado por ela, tornando-se adulto e unindo-se a ela, morrendo e renascendo num ciclo interminável e permanente, que se reflete nas leis da natureza, o eterno princípio da vida – o deus que nasce, cresce, fertiliza a terra, morre e renasce.
Nas mitologias celtas a Roda do Ano iniciava-se em Samhain.


Sabbats
Festas
Hemisfério Norte
Hemisfério Sul
Samhain ou Hallows
Fim e Início de um Novo Ano
(quando o deus desce ao mundo subterrâneo – mistério, oculto, escuridão. A deusa então é Anciã)
31 de outubro
30 de abril
Yule
Solstício de Inverno
(renascimento do deus como filho da deusa. Deusa com aspecto pleno de Mãe)
21 de dezembro
21 de junho
Imbolc
Festa do Fogo (Luz e Sol)
(o deus e a deusa são jovens cheios de energia e promessas. A natureza e a vida se desabrocham)

1 de fevereiro

1 agosto
Ostara
Equinócio de Primavera
(a deusa é virgem, antecipação da união do deus e a deusa. A deusa como donzela promove a fertilidade da terra que floresce)  

21 de março

21 de setembro
Beltane
Fogos de Beltane
(Casamento do deus e da deusa)

30 de abril

31 de outubro
Litha
Solstício de Verão
(deusa grávida, toda natureza frutifica. O deus começa a mudar, tornar-se escuro, o sol distancia-se e a luz começa a diminuir)
21 de junho
21 de dezembro
Lammas ou Lughnassadh
Festival da Colheita – o auge da luz solar e o começo do seu declínio – sua morte
(o deus se sacrifica morrendo na colheita dos grãos, seu sacrifício garante o alimento e sementes para um novo plantio)

1 agosto

1 de fevereiro
Mabon
Equinócio de Outono
(a deusa é uma mãe amadurecida e sábia, o deus é presença sutil)

21 de setembro

22 de março
Os Esbats (derivação de esbattre – francês arcaico significa alegrar-se. Pode derivar também de estrus – ciclo lunar de fertilidade) são as treze luas cheias ao longo do ano solar. Nos esbats, noite de lua cheia ou Plenilúnio, reverencia-se a força vital criativa, geradora e sustentadora do universo manifestada como a Grande Mãe. As luas cheias foram celebradas com rituais, cantos, danças e meditações ao longo de milênios como a manifestação do principio cósmico feminino, a ela se associaram muitas deusas ao longo de muitas culturas. (Com o advento das religiões patriarcais a humanidade passou a reverenciar deuses solares guerreiros. Durante os oito séculos de Inquisição procurou-se erradicar as manifestações lunares consideradas demoníacas). Ao final das celebrações a Lua era brindada com vinhos ou chás (alegria e descontração) e comiam-se pães ou bolos (alimentos da Terra).

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Lunação Rosa – Plenilúnio próximo ao Sabbat Samhain

Samhain: para os povos celtas era o final de um ciclo e o prenúncio de um novo. Um mergulho na morte e escuridão e após isso o renascimento. Representava a passagem do ano céltico. Nesta fase acontecia a terceira colheita e o abate para conserva de inverno de animais que não serviam para reprodução. Este Sabbat era regido pela nostalgia e retraimento. Os ancestrais eram homenageados e acreditava-se que os véus entre os mundos tornavam-se mais tênues, permitindo aos mortos, que esperavam por essa data, fazerem a travessia para o renascimento.
São muitas as deusas de várias culturas associadas a este Sabbat: Ísis, Nephthys, Morrigan, Perséfone, Macha, Baba Yaga, Kali, Inanna, Ereshkigal, Oyá, Hel, Moiras, Hécate, Tonantzin, Scatach, Skadi, Holde, Nornes, Eríneas...
Na mitologia celta homenageava-se a deusa Cerridwen – Mãe anciã, dona do caldeirão sagrado, sabedoria e transmutação.
Na irlandesa Cailleach – deusa anciã bate com seu cajado na Terra congelando-a por lamentar a morte do deus que é representada pelo fim da vegetação e se recolhe para preparar em seu caldeirão a poção mágica do renascimento.
Na Suméria, Inanna desce ao submundo em visita a sua irmã Ereshkigal, onde é morta antes de renascer e voltar a Terra.
Na Grécia Deméter congela a Terra em revolta pela descida de sua filha Perséfone ao mundo de Hades. A deusa das encruzilhadas, Hécate encaminha as almas iluminando-as com sua tocha em suas passagens.
Nos países nórdicos e celtas acreditava-se que nesta noite os espíritos da natureza perambulavam assustando os animais e para afugentá-los acendiam fogueiras e lanternas de abóboras nas colinas.
Essa tradição teve um peso forte no hemisfério norte. Em inglês All Hallows Eve (noite de todas as almas). Na Idade média foi adaptada pelo cristianismo como o dia de todos os santos e finados.
Samhain convida a reflexão do ciclo que se encerra e de um novo que se inicia.
Algumas tradições buscam inspiração e sabedoria em bolas de cristais, viagens xamânicas, visualizações em água, runas, I-ching, tarô, canalizações, espelhos negros, psicografias, meditações, etc. Nos rituais são usados: flores de crisântemos, calêndula, samambaia, cipreste, galhos de carvalho, raízes de mandrágora para enfeitar; velas pretas e laranjas em luminárias de abóboras; representações de serpentes e aranhas em teias; os cristais são jaspe sanguíneo, ônix, obsidiana e cristal esfumaçado; Incensos de sálvia, cedro, mirra, sândalo, carvalho e copal; comem-se: bolo de abóbora com chá de especiarias; avelãs (atração de sabedoria mágica), maçãs e romãs (morte e renascimento).

Lua Rosa: são os Plenilúnios (luas cheias) mais próximos aos quatro grandes Sabbats (Samahin, Imbolc, Beltane e Lammas). Acredita-se que o aumento do campo magnético espiritual que essa lua emana sobre a Terra possa ajudar na realização de desejos, projetos, sonhos e aspirações. Devido às mudanças dos ciclos dos Sabbats.
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As mulheres sabem que os ciclos naturais estão presentes em seus corpos, mentes e espíritos e que elas podem aprender a usar o movimento simbólico da Roda do Ano para realizar mudanças interiores ou exteriores. Sentindo-se parte da Terra e da Deusa, a mulher acompanha a natureza, fluindo com seus ciclos e percebendo-se como um reflexo da deusa da Terra dos nativos norte-americanos, chamada “A Mulher que Muda”. (Mirella Faur)

Todas as mulheres trazem em si a centelha da natureza divina dos ciclos da grande criação. Abrigam em sua natureza a essência e os mistérios da sabedoria das grandes e sagradas fases, representados nos grandes e pequenos Ciclos de Sangue, que marcam todas as grandes mudanças da mulher e as pequenas ao longo de cada mês. Quando essa consciência é compreendida, respeitada e reverenciada, a mulher tem então, o poder conquistado, alcançado e entra em sintonia com as mesmas deusas que regem a sacralidade feminina. (Vera Denise Nascimento)

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Celebração da Lua Rosa
O conteúdo deste estudo foi escrito e elaborado por Vera Denise Nascimento para a Celebração da Lua Rosa de maio de 2012, realizada na Essence.
Fonte de pesquisas nos estudos de Mirella Four. Divulgue com os créditos.

Essence – Centro Integrado da Mulher
essence.centrointegrado@hotmail.com 
Vera Denise Nascimento
Graduada em Educação Física, Pós-graduada em Parapsicologia, Especializada em Naturoterapia, Estética, Sexualidade Integrada e Radiestesia Clínica.
Verá com melhor nitidez esse site, com os navegadores Mozilla Firefox ou Google Chrome.

Obrigada, pela visita. Beijos de luz violeta na alma.