26/03/2013

A Lei da Mãe Terra na Bolívia.




A Bolívia aprovou a primeira legislação mundial dando à natureza direitos iguais aos dos humanos. A Lei da Mãe Terra, que conta com apoio de políticos e grupos sociais, é uma enorme redefinição de direitos. Ela qualifica os ricos depósitos minerais do país como "benção", e espera-se que promova uma mudança importante na conservação e em medidas sociais para a redução da poluição e controlo da indústria, num país que tem sido há anos destruído por conta de seus recursos.
A Lei da Mãe Terra establece 11 direitos para a natureza, incluindo o direito à vida, o direito da continuação de ciclos e processos vitais livres de alteração humana, o direito a água e ar limpos, o direito ao equilíbrio, e o direito de não ter estruturas celulares modificadas ou alteradas geneticamente. Ela também vai assegurar o direito de o país "não ser afetado por megaestruturas e projetos de desenvolvimento que afetem o equilíbrio de ecossistemas e as comunidades locais".

A Lei da Mãe Terra, que conta com apoio de políticos e grupos sociais, é uma enorme redefinição de direitos. Ela qualifica os ricos depósitos minerais do país como "bençãos", e se espera que promova uma mudança importante na conservação e em medidas sociais para a redução da poluição e controle da indústria, em um país que tem sido há anos destruído por conta de seus recursos.
Na Conferência do Clima de Cancun, a Bolívia destoou da maioria quando declarou que todo o processo era uma farsa, e que países em desenvolvimento não apenas estavam carregando a cruz da mudança do clima como, com novas medidas, teriam de cortar também mais suas emissões.
O presidente boliviano, Evo Morales, encerrou no último dia 15 de janeiro um importante ciclo de luta contra o latifúndio no país, quando promulgou a Lei da Mãe Terra e Desenvolvimento Integral para Bem Viver. Com ela, o Estado pretende equilibrar a posse da terra e garantir direitos à natureza, visando em última instância que as pessoas possam viver bem, com qualidade e em harmonia com a terra. “Temos que trabalhar para viver bem e garantir o que necessitamos. Não mais que isso”, afirmou o presidente, para o qual o consumo desenfreado capitalista é um dos grandes responsáveis pela destruição do planeta.
A reportagem é de Elaine Tavares, publicada no sítio Brasil de Fato, 15-02-2013.
Quando Evo Morales assumiu o governo em 2006 a Bolívia praticamente não tinha uma lei que garantisse a legalidade das terras comunais, assim como crescia o latifúndio na região oriental, inclusive garantido na famosa reforma de 1953, a qual permitia que uma única propriedade pudesse ter até 50 mil hectares. Não foi sem razão que partiu de Santa Cruz de La Sierra a primeira grande onda de protesto contra o governo de Morales, ainda em 2008, quando a Bolívia chegou quase a uma convulsão social patrocinada pelos fazendeiros da região. Eles não queriam a aprovação, na Constituição, do limite de até 5 mil hectares propriedade. Naqueles dias houve um plebiscito sobre o tema e mais de 80% do país votou favorável a diminuição do tamanho da propriedade. Era uma primeira queda de braço vencida.
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Agora, essa nova legislação, nascida do debate permanente com a organizações sociais, garante a proteção da Mãe Terra, assim como recupera e fortalece os saberes locais e conhecimentos ancestrais. O capítulo I trata dos objetivos e princípios. No artigo primeiro fica estabelecido que é dever do Estado Plurinacional e da sociedade garantir os direitos da Terra. No artigo segundo estão definidos os princípios que regem a lei: harmonia (a ação humana deve equilibrar-se com os ciclos e processo da terra), bem coletivo (os interesses sociais e coletivos são mais importantes que os interesses individuais), garantia de recuperação da terra (deve-se dar tempo para que a terra se recupere e se adapte às perturbações, regenerando-se sem mudar suas características), respeito, não mercantilização e interculturalidade.
O capítulo II dá conta da definição e do caráter da Mãe Terra. Estabelece que ela é um sistema vivente dinâmico formado pela comunidade invisível de todos os sistemas de vida e dos seres vivos inter-relacionados, interdependentes e complementares que compartilhar um destino comum. Define ainda que os sistemas de vida são as plantas, animais, micro organismos e outros seres onde inter atuam comunidades humanas com suas práticas produtivas e culturais com suas respectivas cosmovisões de nações, indígenas e afrodescendentes. Como caráter jurídico a Mãe Terra aparece como sujeito coletivo de interesse público e a população boliviana tem o dever de zelar pelos seus direitos.
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No Capítulo III estão listados os direitos garantidos à Terra: o direito à vida, com a manutenção do seus sistema e dos processos naturais; o direitos à diversidade garantindo que nada seja alterado geneticamente ou modificado de maneira artificial; o direito à água, garantindo a preservação, a quantidade e a qualidade; direito ao ar limpo, ao equilíbrio, à restauração e a viver livre de contaminação. Aqui, nesse capítulo define-se claramente a proibição aos transgênicos e o combate à mineração que tanta destruição ambiental vem causando na América Latina.
O capítulo IV estabelece as obrigações do Estado e da sociedade e ali estão definidas a necessidade de desenvolvimento de políticas públicas para a proteção da natureza, para o consumo equilibrado, contra a mercantilização, pela soberania energética, pelo desenvolvimento de energia limpa. Também estabelece os deveres das pessoas no cuidado com a terra, na promoção da harmonia, na participação da construção das políticas, nas práticas e hábitos que se harmonizem com a proteção, na denúncia de tudo que atentar contra os direitos da terra. Finalmente, o artigo final (10) cria a Defensoria da Mãe Terra que tem por missão velar a vigiar pelo cumprimento da lei.
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Mas, o que é considerado um avanço tremendo para a maioria da população não está sendo bem visto pelos grandes proprietários. Com a lei, que aparece de forma singela, fica comprometido todo um projeto que as grandes empresas transnacionais tem para o país, dono de riquezas minerais imensas. Como a elite boliviana tem ligação visceral com esse projeto que se projeta desde fora, a resposta promete ser forte. A Lei da Mãe Terra acaba se contrapondo à mineração, aos mega projetos energéticos, aos transgênicos e muitos de seus artigos necessitam leis complementares. Essa será uma nova batalha a ser travada.
O presidente da Associação Nacional de Produtores de Oleaginosas e Trigo, Demetrio Pérez, deu declarações nos jornais afirmando que proibir os transgênicos é colocar travas no desenvolvimento produtivo. E já avisou que no processo de discussão das leis complementares eles estarão atuando. Também o presidente da Confederação de Criadores de Gado da Bolívia, Mario Hurtado, acredita que a nova lei trará muitas incertezas para os proprietários e eles haverão de agir.
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De qualquer forma, ainda que venham novas lutas, a Bolívia deu um passo importante em nível mundial ao reconhecer a condição “sagrada” da terra, recuperando elementos ancestrais da cultura andina que nunca deixaram de existir, embora estivessem escondidos sob o domínio colonial e depois nos sucessivos governos de marionetes.  A terra vista como “Pachamama“, não na sua percepção folclórica ou anacrônica, mas como um sistema vivo, no qual o ser humano é só mais um elemento. Garantir o equilíbrio desse sistema passa a ser fundamental também para a sobrevivência da espécie.
A lei sobre o direito da Terra não está sozinha dentro do complexo sistema de “justiça climática” que está em voga hoje no país. Também existe a Lei da Revolução Produtiva (com amplo apoio ao pequeno e médio produtor), o processo de distribuição de sementes de qualidade, o seguro agrícola para ajudar em casos de desastres naturais e o Observatório Ambiental. Cada uma dessas iniciativas formam um sistema para garantir a segurança alimentar da população assim como a proteção da terra.
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A questão ambiental, que o sistema capitalista tenta impor ao mundo como um problema causado sempre pelo “outro”, se resolve assim mesmo. Cada microrregião do planeta pode cuidar de si, garantindo a proteção à terra e tornando possível que a sociedade assuma o definitivo controle sobre seu ambiente, atuando de maneira protagônica no processo e não apenas como quem denuncia. Agora, na Bolívia, esse é o desafio. Cada pessoa tem o direito e o dever de atuar na proteção e na formulação das políticas.  E, além das leis que asseguram a proteção à Pachamama ainda poderão contar com o Fundo Plurinacional da Mãe Terra, formado de verbas públicas e privadas, para que seja possível administrar essa nova foram de interagir com a natureza.
Uma nova fase da luta pelo equilíbrio da vida começa agora na Bolívia. Não vai ser coisa fácil e precisa de tempo para se fortalecer e vingar.
Segundo o vice-presidente Alvaro García Linera. "ela estabelece uma nova relação entre homem e natureza. A harmonia que tem de ser preservada como garantia de sua regeneração. A terra é a mãe de todos".  O presidente Evo Morales é o primeiro indígena americano a ocupar tal cargo, e tem sido um crítico veemente de países industrializados que não estão dispostos a manter o aquecimento da temperatura em um grau. É compreensível, já que o grau de aquecimento, que poderia chegar de 3.5 a  4 graus centígrados, dadas tendências atuais, significaria a desertifição de grande parte da Bolívia.
Esta mudança significa a ressurgência da visão de um mundo indígena andino, que coloca a deusa da Terra e do ambiente, Pachamama, no centro de toda a vida. Esta visão considera iguais os direitos humanos e de todas as outras entidades. A Bolivia sofre há tempos sérios problema ambientais com a mineração de alumínio, prata, ouro e outras matérias primas.

O ministro do exterior David Choquehuanca disse que o respeito tradicional dos índios por Pachamama é vital para impedir a mudança do clima. "Nossos antepassados nos ensinaram que pertencemos a uma grande família de plantas e animais. Nós, povos indígenas, podemos com nossos valores contribuir com a solução das crises energética, climática e alimentar".  Segundo a filosofia indígena, Pachamama é "sagrada, fértil e a fonte da vida que alimenta e cuida de todos os seres viventes em seu ventre."





Acupuntura e Reiki agora tem Explicação Científica


Pesquisadores avaliam efeitos e mecanismo de terapias alternativas em animais de laboratório.
Fonte: Revista Galileu.


"Pesquisas recentes comprovam efeitos benéficos e até encontram explicações científicas para acupuntura e reiki. Estudos sobre o assunto, antes restritos às universidades orientais, ganharam espaço entre pesquisadores americanos, europeus e até brasileiros. Recentemente, a Organização Mundial de Saúde (OMS) criou uma denominação especial para esses métodos: são as terapias integrativas.

Um artigo exmecanismo da acupuntura contra a dor foi publicado por pesquisadores da Universidade de Rochester na revista Nature Neuroscience em 30 de maio. Criada há quatro mil anos, a prática consiste na aplicação de agulhas em pontos do corpo. Pela explicação tradicional, ela ativa determinadas correntes energéticas para equilibrar a energia do organismo.




Ricardo Monezi testou o Reiki em ratos com câncer (Ilustração: Matheus Lopes). Fonte: Revista Galileu.


Cientificamente, as agulhas teriam efeitos no sistema nervoso central (cérebro e espinha dorsal). As células cerebrais são ativadas e liberam endorfina, um neurotransmissor responsável pela sensação de relaxamento e bem-estar. O estudo dos nova-iorquinos descobriu uma novidade: a terapia, que atinge tecidos mais profundos da pele, teria efeitos no sistema nervoso periférico. As agulhas estimulam também a liberação de outro neurotransmissor, a adenosina, com poder antiinflamatório e analgésico.

No experimento com camundongos com dores nas patas, cientistas aplicavam as agulhas no joelho do animal. Eles constataram que o nível de adenosina na pele da região era 24 vezes maior do que o normal e que houve uma redução do desconforto em dois terços.
A equipe tentou potencializar a eficácia da terapia, colocou um medicamento usado para tratar câncer nas agulhas. A droga aprimorou o tratamento: o nível de adenosina e a duração dos efeitos no organismo dos aniamis praticamente tripliquase triplicou e o tempo de duração dos efeitos no organismo dos ratos também triplicou. Mas este método não poderia ser feito em humanos porque o medicamento ainda não é usado clinicamente. “O próximo passo é testar a droga em pessoas, para aperfeiçoá-la ou para encontrar outras drogas com o mesmo efeito”, diz Maiken Nedergaard, coordenadora do estudo.

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Seus praticantes acreditam nos efeitos benéficos da energia das mãos do terapeuta colocadas sobre o corpo do paciente contra doenças. Para entender as alterações biológicas do reiki, o psicobiólogo Ricardo Monezi testou o tratamento em camundongos com câncer. “O animal não tem elaboração psicológica, fé, crenças e a empatia pelo tratador. A partir da experimentação com eles, procuramos isolar o efeito placebo”, diz. Para a sua pesquisa na USP, Monezi escolheu o reiki entre todas as práticas de imposição de mãos por tratar-se da única sem conotação religiosa.


No experimento, a equipe de pesquisadores dividiu 60 camundongos com tumores em três grupos. O grupo controle não recebeu nenhum tipo de tratamento; o grupo “controle-luva” recebeu imposição com um par de luvas preso a cabos de madeira; e o grupo “impostação” teve o tratamento tradicional sempre pelas mãos da mesma pessoa.


Depois de sacrificados, os animais foram avaliados quanto a sua resposta imunológica, ou seja, a capacidade do organismo de destruir tumores. Os resultados mostraram que, nos animais do grupo “impostação”, os glóbulos brancos e células imunológicas tinham dobrado sua capacidade de reconhecer e destruir as células cancerígenas.



Imposição de mãos nos grupos "Controle-Luva" e "Impostação", respectivamente (imagens retiradas do mestrado de Monezi). Fonte: Revista Galileu.

“Não sabemos ainda distinguir se a energia que o reiki trabalha é magnética, elétrica ou eletromagnética. Os artigos descrevem- na como ‘energia sutil’, de natureza não esclarecida pela física atual”, diz Monezi. Segundo ele, essa energia produz ondas físicas, que liberam alguns hormônios capazes de ativar as células de defesa do corpo. A conclusão do estudo foi que, como não houve diferenças significativas nos os grupos que não receberam o reiki, as alterações fisiológicas do grupo que passou pelo tratamento não são decorrentes de efeito placebo.


A equipe de Monezi começou agora a analisar os efeitos do reiki em seres humanos. O estudo ainda não está completo, mas o psicobiólogo adianta que o primeiro grupo de 16 pessoas, apresenta resultados positivos. “Os resultados sugerem uma melhoria, por exemplo, na qualidade de vida e diminuição de sintomas de ansiedade e depressão”. O trabalho faz parte de sua tese de doutorado pela Universidade Federal do Estado de São Paulo (Unifesp).


E esses não são os únicos trabalhos desenvolvidos com as terapias complementares no Brasil. A psicobióloga Elisa Harumi, avalia o efeito do reiki em pacientes que passaram por quimioterapia; a doutora em acupuntura Flávia Freire constatou melhora de até 60% em pacientes com apnéia do sono tratados com as agulhas, ambas pela Unifesp. A quantidade pesquisas recentes sobre o assunto mostra que a ciência está cada vez mais interessada no mecanismo e efeitos das terapias alternativas."



25/03/2013

Árvore sagrada, a bile (bliiya)


A bile (billya) do folclore irlandês foi uma árvore sagrada, de grande idade, crescendo mais forte. Cinco deles são descritos nas Dindsenchas, e um era um carvalho, que não só rendeu bolotas, mas nozes e maçãs. As árvores míticas de Elysium tinha o fruto variada, e a razão em ambos os casos é, talvez, o fato de que quando a maçã cultivada tomou o lugar de bolotas e castanhas como um alimento básico, as palavras que significa "noz" ou "bolota" foram transferidas para a maçã. Um mito de árvores em que todas estas frutas cresceram e podem então facilmente surgir. Outra bile irlandês foi um treixo descrito em um poema como "um deus forte", enquanto tais frases neste poema como "homem-palavra pura", "juízo de origem", "feitiço de conhecimento", pode ter alguma referência ao costume de escrever em adivinhações ogham em varas de teixo. A bile eram cinza-árvores, e de um deles, o Bile Fir, "homens da árvore", foram nomeados - talvez um totem do clã. As vidas de reis e chefes parecem ter sido conectado com estas árvores, provavelmente como representantes do espírito da vegetação encarnado na árvore, e sob a sua sombra que foram inauguradas. Mas, como um substituto para o rei foi morto, por isso, sem dúvida, essas árvores pré-eminentes sagrados eram muito sagrado, muito cobrado com força sobrenatural, para ser cortada e queimada, e o ritual anual seria realizada com outra árvore. Mas em tempos de disputa uma tribo gloriava em destruir a bile de outro, e até mesmo no século X, quando a bile maighe Adair foi destruída por Maeloeohlen o ato foi considerado com horror. "Mas, ó leitor, esta ação não passou impune." De outro bile, que de Borrisokane, foi dito que qualquer casa em que um fragmento do que foi queimado ela própria ser destruído pelo fogo.
Nomes tribais e pessoal apontam para a crença na descida de deuses ou espíritos de árvores e, talvez, para o totemismo. Os Eburões eram a tribo teixo (eburos), os Bituriges talvez teve o visco para seu símbolo, e seu sobrenome Vivisci implica que eles foram chamados de "homens Mistletoe". Se biliar (árvore) está ligado com a Bile nome, o do antepassado dos Milesianos, isto pode apontar para um mito de descendência de uma árvore sagrada, como no caso da bílis do abeto, ou "homens da árvore." Outros nomes como Guidgen (Viduo-genos, "filho da árvore"), Dergen (Dervo-genos, "filho do carvalho"), Guerngen (Verno-genos, "filho do amieiro"), implica a filiação a uma árvore . Apesar de esses nomes se tornou convencional, eles expressam o que havia sido a crença de estar. Nomes emprestados diretamente de árvores também são encontrados - Eburos ou Ebur ", teixo," Derua ou Deruacus, "carvalho", etc
A veneração de árvores que crescem ao lado de túmulos ou monumentos megalíticos foi provavelmente um culto pré-celta e continuou pelos Celtas. A árvore encarna o fantasma da pessoa enterrada sob ela, mas como um fantasma poderia, então, dificilmente ser diferenciado de um espírito de árvore ou divindade. Mesmo agora nos distritos Celtic, extrema veneração existe para cultivo de árvores em cemitérios e em outros lugares. É perigoso para cortá-los para baixo ou para arrancar uma folha ou ramo deles, enquanto em Breton churchyards o teixo é pensado para difundir uma raiz para a boca de cada cadáver. 1 A história do túmulo de Cyperissa, filha de um rei celta na região do Danúbio, de onde surgiu o primeiro "cipreste triste", está conectado com lendas universais de árvores de crescimento das sepulturas de amantes até sua entrelaçam ramos. Estes incorporam a crença de que o espírito do morto está na árvore, que foi, assim, com toda a probabilidade o objeto de um culto. Instâncias dessas lendas ocorrer na história celta. Yew-estacas que através dos órgãos de Naisi e Deirdre para mantê-los afastados, tornou-árvores de teixo os topos dos que abraçaram a catedral de Armagh. A teixo surgiu do túmulo de Baile Mac Buain, e uma maçã da árvore-da do seu Aillinn amante, e no topo de cada tinha a forma de suas cabeças. 3 A identificação da árvore e fantasma é aqui completa.
O mais velho, Rowan, e espinho ainda estão plantadas casas redondas para afastar bruxas, ou ramos de Rowan são colocados sobre portas - uma sobrevivência a partir do momento em que se acreditava ser ocupado por um espírito benfazejo hostil a más influências. Na Irlanda e na Ilha de Man o espinho é pensado para ser o resort de fadas, e eles, Eke as fadas da floresta ou "homens de madeira" são, provavelmente, os representantes dos espíritos mais velhos de árvores e deuses de bosques e florestas.
Árvore de adoração estava enraizada no culto mais antigo natureza, e a Igreja teve a maior dificuldade em suprimi-la. Conselhos fulminou contra o culto das árvores, contra ofertas a eles ou a colocação de luzes de diante deles e de pedras wellsor, e contra a crença de que certas árvores eram demasiado sagrado para ser cortados ou queimados. Pesadas multas foram aplicadas contra aqueles que praticaram esses ritos, mas ainda assim eles continuaram. Amator, bispo de Auxerre, tentou parar o culto de um pé de árvore de pera-grande no centro da cidade e em que os habitantes semi-cristãos pendurado cabeças dos animais com ribaldry muito. No último S. Germano destruiu, mas com o risco de sua vida. S. Martinho de Tours foi autorizado a destruir um templo, mas o povo não permitiria que ele atacar uma muito venerada pinheiro que estava ao lado dele - um excelente exemplo da forma como o paganismo mais oficial caiu antes do cristianismo, enquanto a mais antiga religião do solo, a partir da qual surgiu, não podia ser totalmente erradicado. A Igreja muitas vezes efectuado um compromisso. Imagens dos deuses afixados árvores foram substituídas pelas da Virgem, mas com resultados curiosos. Lendas surgiram dizendo como os fiéis havia sido levado a essas árvores e lá descobriu a imagem de Nossa Senhora milagrosamente colocado entre os ramos. Estes são análogos aos das lendas da descoberta de imagens da Virgem na terra, imagens que fiquem realmente os das Madres.
Representações de árvores sagradas são ocasionalmente se encontrou com em moedas, altares e ex-votos. Se a interpretação ser correta, que vê uma representação de parte da lenda Cúchulainn nos altares de Paris e de Trèves, as árvores imaginou que não seria necessariamente sagrado. Mas caso contrário, eles podem representar árvores sagradas.

Hipátia, Guardiã da Biblioteca de Alexandria.


Ano 400 D.C. A igreja católica planejou o sumiço de uma bela mulher que veio ao planeta questionar os paradigmas vigentes do Cristianismo vigente, Hipátia, a Guardiã da Biblioteca de Alexandria. Essa Grande Mulher nutriu toda uma época com a luz do conhecimento e do saber. Calaram-lhe a voz e empurraram sua lembrança para as profundezas do esquecimento

Foi assassinada pelos cristãos de forma horrenda, arrastada pelas ruas, foi despida e retalhada com cascas de ostras até a morte. Foi considerada uma bruxa por suas críticas sobre a Teologia Cristã, questionava a deturpação da Igreja em relação ao seu Criador original.
A censura medieval da Inquisição época condenou Hipátia como uma mulher perigosa e bruxa, por dominar conhecimentos sobre: a astronomia, a ciência, matemática, filosofia neoplatônica, história, religião, poesia, artes, oratória e retórica.

Seu exemplo mostra o quanto precisamos nos instruir. Não ficar acomodados com um único conhecimento, pois como povo ignorante, fica-se mais fácil em ser manipulado.

O saber pode seguir em diversos caminhos, a ignorância sempre morre no fundo do poço. Então, nunca ativa a Centelha Divina.

Lembrando que, no poder, somente estão lá pessoas da elite que recebem a melhor educação ou seja, de conhecimento. Quanto mais conhecimento, poder poder a pessoa tem.
Sendo assim, a Grande Biblioteca de Alexandria, foi incendiada criminosamente. Todos os acervos de conhecimentos da humanidade foram destruídos. Teve início o mundo das trevas, da ignorância, do medo e das perseguições.


No texto abaixo fala mais um pouco dessa magnifica mulher.

Hipátia (ou Hipácia; em grego: Υπατία, transl. Ypatía) de Alexandria foi uma matemática e filósofa neoplatônica, nascida em 355 e assassinada em 415. O fato de Hipátia ser uma filósofa pagã (num meio predominantemente cristão) é tido como um dos fatores que contribuíram para que fosse assassinada, embora estudos mais recentes chegam a conclusão que sua morte foi mais relacionada a problemas políticos que religiosos.
Hipátia era filha de Téon, um renomado filósofo, astrônomo, matemático, autor de diversas obras e professor em Alexandria. Hipátia é conhecida como a pirmeira mulher matemática. Criada em um ambiente de idéias e filosofia, tinha uma forte ligação com o pai, que lhe transmitiu, além de conhecimentos, a forte paixão pela busca de respostas para o desconhecido. Diz-se que ela, sob tutela e orientação paterna, submetia-se a uma rigorosa disciplina física, para atingir o ideal helênico de ter a mente sã em um corpo são.
Hipátia estudou na Academia de Alexandria, onde devorava conhecimento: matemática, astronomia, filosofia, religião, poesia e artes. A oratória e a retórica também não foram descuidadas. Alguns autores pensam que, quando adolescente, viajou para Atenas, para completar a educação na Academia Neoplatônica, onde não demorou a se destacar pelos esforços para unificar a matemática de Diofanto com o neoplatonismo de Amônio Sacas e Plotino, isto é, aplicando o raciocínio matemático ao conceito neoplatônico do Uno (mônada das mônadas). Ao retornar, já havia um emprego esperando por ela em Alexandria: seria professora na Academia onde fizera a maior parte dos estudos, ocupando a cadeira que fora de Plotino. Aos 30 anos já era diretora da Academia, sendo muitas as obras que escreveu nesse período.
Hipátia é um marco da História da Matemática que poucos conhecem, tendo sido equiparada a Ptolomeu (85-165), Euclides (330 a.C. - 260 a.C.), Apolônio (262 a.C. - 190 a.C), Diofanto (século III a.C.) ou Hiparco (190 a.C. - 125 a.C.). A sua paixão pela matemática e a sua inteligência brilhante refletiam-se nas suas aulas que atraíam estudantes de várias partes do mundo.
Um dos seus alunos foi o notável filósofo e bispo Sinésio de Cirene (370-413), que lhe escrevia frequentemente, pedindo-lhe conselhos. Através destas cartas, sabemos que Hipátia desenvolveu alguns instrumentos usados na Física e na Astronomia, entre os quais o hidrômetro.
Sabemos também que desenvolveu estudos sobre a Álgebra de Diofanto ("Sobre o Cânon Astronômico de Diofanto"), tendo escrito um tratado sobre o assunto, além de comentários sobre os matemáticos clássicos, incluindo Ptolomeu. Em parceria com o pai, escreveu um tratado sobre Euclides.
Ficou famosa por ser uma grande solucionadora de problemas. Matemáticos confusos, com algum problema em especial, escreviam-lhe pedindo uma solução. E ela raramente os desapontava. Obcecada pelo processo de demonstração lógica, quando lhe perguntavam porque jamais se casara, respondia que já era casada com a verdade.
Hipátia desenvolveu também um aparelho para destilar água, outro para medir o nível d’àgua e um hidrômetro para medir a densidade de um líquido e melhorou o uso do astrolábio. Estes aparatos estavam baseados nos trabalhos prévios de Arquimedes.
O seu fim trágico se desenhou a partir de 412, quando Cirilo foi nomeado Patriarca de Alexandria, título de dignidade eclesiástica, usado em Constantinopla, Jerusalém e Alexandria. Ele era um cristão obstinado, que lutou toda a vida defendendo a ortodoxia da Igreja e combatendo as heresias, sobretudo o Nestorianismo, que negava a Divindade de Jesus Cristo e a Maternidade Divina de Maria. Mudança do paradigma pagão para o cristão O reinado de Teodósio I (379-392) marca o auge de um processo de transformação do Cristianismo, que efetivamente se torna a religião oficial do estado. Em 391, atendendo pedido do então Patriarca de Alexandria, Teófilo autorizou a destruição do Templo de Serápis (não confundir com o Museu e a Biblioteca que haviam em Alexandria, que não tinham nenhuma relação física com este Templo), um vasto santuário pagão onde eram oferecidos sacrifícios de sangue, segundo os relatos dos historiadores contemporâneos Sozomeno e Tirânio Rufino. Embora a legislação de 393 procurasse coibir distúrbios, surtos de violência popular entre cristãos e judeus tornaram-se cada vez mais frequentes em Alexandria, principalmente após a ascensão de Cirilo ao Patriarcado.

Morte
De acordo com o relato de Sócrates, ou Escolástico, numa tarde de março de 415, quando regressava do Museu, Hipátia foi atacada em plena rua por uma turba de cristãos enfurecidos. Ela foi golpeada, desnudada e arrastada pelas ruas da cidade até uma igreja. No interior do templo, foi cruelmente torturada até a morte, tendo o corpo dilacerado por conchas de ostras (ou cacos de cerâmica, segundo outra versão). Depois de morta, o corpo foi lançado a uma fogueira.

Sócrates Edward Gibbon, segundo o mesmo historiador, tudo isto aconteceu pouco tempo depois de Orestes, prefeito da cidade, ter ordenado a execução de um monge cristão chamado Amônio, ato que enfureceu o bispo Cirilo e seus correlegionários. Devido à influência política que Hipátia exercia sobre o prefeito, é bastante provável que os fiéis de Cirilo a tivessem escolhido como uma espécie de alvo de retaliação para vingar a morte do monge. Neste período em que a população de Alexandria era conhecida pelo seu caráter extremamente violento, Jorge de Laodiceia (m. 361) e Protério (m. 457), dois bispos cristãos, sofreram uma morte muito similar à de Hipátia: o primeiro foi atado a um camelo, esquartejado e os seus restos queimados; o segundo arrastado pelas ruas e atirado ao fogo.
Dito isto, a eventual relação de Cirilo com o ocorrido continua a ser motivo de alguma controvérsia entre os historiadores. Embora Sócrates e Edward Gibbon afirmem que o episódio trouxe opróbrio para a Igreja de Alexandria, não mencionam qualquer envolvimento direto do patriarca. O filósofo pagão Damáscio, por sua vez, atribui explicitamente o assassinato ao patriarca, que invejaria Hipátia.
Contudo, a Enciclopédia Católica lembra que Damáscio escreveu cerca de um século depois dos fatos e que os seus escritos manifestam um certo pendor anticristão, porém, esta não pode ser tida como uma publicação propriamente idônea e isenta neste assunto. As últimas pesquisas crêem que o homicído de Hipátia resultou do conflito de duas facções cristãs: uma mais moderada, ao lado de Orestes, e outra mais rígida, seguidora de Cirilo, responsável pelo ataque. 



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09/03/2013

ONDE OS OCEANOS SE ENCONTRAM - Mito de Lisíope e Lânia

 
Onde todos os oceanos se encontram, aflora uma ilha pequena. Ali, desde sempre, viviam Lânia e Lisíope, ninfas irmãs a serviço do mar, que no manso regaço da praia, vinha depositar seus afogados.
Cabia a Lânia, a mais forte, tirá-los da arrebentação. Cabia a Lisíope, a mais delicada, lavá-los com água doce de fonte, envolvê-los nos lençóis de linho que juntas teciam. Cabia a ambas devolvê-los ao mar para sempre. E na tarefa que nunca se esgotava, passavam as irmãs seus dias de poucas palavras.
Foi num desses dias que Lânia, vendo um corpo emborcado aproximar-se flutuando, entrou nas ondas para buscá-lo, e agarrando-o pelos cabelos o trouxe até a areia. Já estava quase chamando Lisíope, quando, ao virá-lo de rosto para cima, percebeu ser um homem jovem e lindo,. Tão lindo como nunca havia visto antes. Tão lindo, que preferiu ela própria buscar água para lavar aquele sal, ela própria, com seu pente de concha, desembaraçar aqueles cachos.

Porém, ao envolvê-lo no lençol ocultando-lhe corpo e rosto, tão grande foi seu sofrimento que, num susto, descobriu-se enamorada.
Não, ela não devolveria aquele moço ao oceano, pensou com fúria de decisão. E rápida, antes que Lisíope chegasse, correu para uma língua de pedra que estreita e cortante avançava mar adentro.
- Morte! – chamou em voz alta chegando na ponta. – Morte! Venha me ajudar.
Não demorou muito, e sem ruído a morte saiu de dentro d’água.
- Morte! – disse Lânia em ânsia, - desde sempre aceito tudo o que você me traz, e trabalho sem nada pedir. Mas hoje, em troca de tantos que te devolvi, peço que seja generosa, e me dê o único que meu coração escolheu.

Tocada por tamanha paixão, concordou a morte, instruindo Lânia: na maré vazante deveria colocar o corpo do moço sobre a areia, com a cabeça voltada para o mar. Quando a maré subisse, tocando seus cabelos com a primeira espuma, ele voltaria à vida.
Assim fez Lânia. E assim aconteceu que o moço abriu os olhos e o sorriso. Mas em vez de sorrir só para ela que o amava tanto, desde logo sorriu mais para Lisíope, e só para Lisíope parecia ter olhos.
De nada adiantavam as insistências de Lânia, as desculpas com que tentava afastá-lo da irmã. De nada adiantava enfeitar-se, cantar mais alto que as ondas, quanto mais exigia, menos conseguia. Quanto mais o buscava para si, mais à outra ele pertencia.

Então um dia, antes do amanhecer, ajoelhada sobre a ponta de pedra, Lânia chamou novamente:
- Morte! Morte! Venha me atender.
E quando a silenciosa chegou, em pranto e raiva pediu-lhe que atendesse só o último de seus pedidos. Levasse a irmã. E nada mais quereria. Seduzida por tamanho ódio, concordou a morte. E instruiu: deveria deitar a irmã na areia lisa da maré vazante, em noite de lua, com os pés voltados para o mar. Quando, subindo a água, o primeiro beijo de sal aflorasse, ela a levaria.
E assim foi que Lânia esperou uma noite de luar, quente e perfumada, e chegando perto de Lisíope lhe disse:
- Está tão linda a noite, minha irmã, que preparei tua cama junto à brisa, lá onde a areia da praia é mais fina e mais lisa.
E conduzindo-a até o lugar onde já havia posto seu travesseiro, ajudou-a a deitar-se, cobrindo-a com o linho do lençol.
Em seguida, sorrateira, esgueirou-se até uma árvore que crescia na beira da praia, e subiu até o primeiro galho, escondendo-se entre as folhas. De olhos bem abertos, esperaria para ver cumprir-se a promessa.
Mas a noite era longa, na brisa vinha cheiro de jasmim, o mar apenas murmurava. E aos poucos, agarrada ao tronco, Lânia adormeceu.

Dorme Lânia na árvore, dorme Lisíope perto d’água, quando um raio de luar vem despertar o moço que dorme, quase a chamá-lo lá fora com todo seu encanto. Ele se levanta e sai. Estonteado de perfumes caminha, vagueia lentamente pela ilha, até chegar à praia, e parar junto a Lisíope. No sono, o rosto dela parece fazer-se ainda mais doce, boca entreaberta num sorriso.

Sem ousar despertá-la, o jovem se deita ao seu lado. Depois, bem devagar, estende a mão, até tocar a mão delicada que emerge do lençol. Sobe o amor no seu peito. Na noite, a maré sobe, e vem encontrá-los, mãos dadas sobre a fina areia.
Já era dia quando Lânia, empoleirada no galho, despertou. Luz nos olhos, procurou na claridade. Viu o travesseiro abandonado. Viu o lençol flutuando ao longe. Da irmã nenhum vestígio.
- A morte fez o combinado – pensou, descendo para correr ao encontro do moço.

Mas não correu muito. Diante de seus passos, estampada na areia, deparou-se com a forma de dois corpos deitados lado a lado. A maré já havia apagado os pés, breve chegaria à cintura. Mas na areia molhada a marca das mãos se mantinha unida, como se à espera das ondas que subiam.

 
por Marina Colasanti
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Obrigada, pela visita. Beijos de luz violeta na alma.