16/10/2007

Caça às bruxas, vítimas do patriarcado.

Imagem de Victoria Frances


A “caça às bruxas” durou mais de quatro séculos e ocorreu, principalmente, na Europa, iniciando-se, de fato,em1450 e tendo seu fim somente por volta de 1750, com a ascensão do Iluminismo. A “caça às bruxas” admitiu diferentes formas, dependendo das regiões em que ocorreu, porém, não perdeu sua característica principal: uma massiva campanha judicial realizada pela Igreja e pela classe dominante contra as mulheres da população rural (EHRENREICH & ENGLISH, 1984: 10). Essa campanha foi assuminda, tanto pela Igreja Católica, como a Protestante e até pelo próprio Estado, tendo um significado religioso, político e sexual. Estima-se que aproximadamente 9 milhões de pessoas foram acusadas, julgadas e mortas neste período, onde mais de 80% eram mulheres, incluindo crianças e moças que haviam “herdado este mal” (MENSCHIK, 1977: 132).
Acreditava-se que mulheres com poderes de feitiçaria podiam lançar aos seus vizinhos toda espécie de sorte maléficas, como morte de gado, perda de colheita, morte de filhos, etc. Segundo a tradição, o poder mais pernicioso de tais bruxas era tornar seus maridos cegos a respeito da má conduta de suas esposas e de fazer com que as chamadas feiticeiras gerassem filhos idiotas ou aleijados. Como a caracterização de bruxas era a de velhas megeras desdentadas com hábitos excêntricos e língua venenosa, muitas mulheres com tais características foram mortas em Salem, nos EUA em 1692.
Vejam só a barbaridade: ter um filho com alguma deficiência já caracterizava a mãe como bruxa ou feiticeira. Na Europa, a figura de feiticeira era a de "uma moça linda e perversa", e grande número de adolescentes e jovens mulheres casadas foram mortas na Alemanha e França. Sob o comando de Calvino em 1545, 34 mulheres foram queimadas ou esquartejadas (vivas) sob acusação de serem ou praticarem feitiçaria. Qualquer pessoa podia ser denunciada ao “Tribunal da Inquisição”. Os suspeitos, em sua grande maioria mulheres, eram presos e considerados culpados até provarem sua inocência. Geralmente, não podiam ser mortos antes de confessarem sua ligação com o demônio. Na busca de provas de culpabilidade ou a confissão do crime, eram utilizados procedimentos de tortura como: raspar os pêlos de todo o corpo em busca de marcas do diabo, que podiam ser verrugas ou sardas; perfuração da língua; imersão em água quente; tortura em rodas; perfuração do corpo da vítima com agulhas, na busca de uma parte indolor do corpo, parte esta que teria sido “tocada pelo diabo”; surras violentas; estupros com objetos cortantes; decapitação dos seios, torturadas com agulhas enfiadas sob suas unhas, assando-se os pés em fogueiras ou esmagando-se as pernas sob grandes pesos "até que a medula espirrasse dos ossos". A intenção era torturar as vítimas até que assinassem confissões preparadas pelos inquisitores. Geralmente, quem sustentava sua inocência, acabava sendo queimada viva. Já as que confessavam, tinham uma morte mais misericordiosa: eram estranguladas antes de serem queimadas. Em alguns países, como Alemanha e França, eram usadas madeiras verdes nas fogueiras para prorrogar o sofrimento das vítimas. E, na Itália e Espanha, as bruxas eram sempre queimadas vivas. Os postos de caçadores de bruxas e informantes eram financeiramente muito rentáveis. Estes, eram pagos pelo Tribunal por condenação ocorrida e os bens dos condenados eram todos confiscados.
Ao analisarmos o contexto histórico da Idade Média, vemos que bruxas eram as parteiras, as enfermeiras e as assistentes. Conheciam e entendiam sobre o emprego de plantas medicinais para curar enfermidades e epidemias nas comunidades em que viviam e, conseqüentemente, eram portadoras de um elevado poder social. Estas mulheres eram, muitas vezes, a única possibilidade de atendimento médico para mulheres e pessoas pobres. Elas foram por um longo período médicas sem título. Tanto que o significado nome BRUXA em sanscrito e “Mulher Sábia”. Aprendiam o ofício umas com as outras e passavam esse conhecimento para suas filhas, vizinhas e amigas.
Diante de tantas mortes de mulheres acusadas por bruxaria durante este período, podemos afirmar que o ocorrido se tratou de um verdadeiro genocídio contra o sexo feminino, com a finalidade de manter o poder da Igreja e punir as mulheres que ousavam manifestar seus conhecimentos médicos, políticos ou religiosos. Existem registros de que, em algumas regiões da Europa a bruxaria era compreendida como uma revolta de camponeses conduzida pelas mulheres (EHRENREICH & ENGLISH, 1984: 12). Nesse contexto político, pode-se citar a camponesa Joana D`arc, que aos 17 anos, em 1429, comandou o exército francês, lutando contra a ocupação inglesa. Esta acabou sendo julgada como feiticeira e herege pela Inquisição e queimada na fogueira antes de completar 20 anos. Diante disso, configurava-se a clara intenção da classe dominante em conter um avanço da atuação destas mulheres e em acabar com seu poder na sociedade, a tal ponto que se utilizava meios de simplesmente exterminá-las.As bruxas, através de seus conhecimentos medicinais e sua atuação em suas comunidades, exerciam um contra-poder, afrontando o patriarcado e, principalmente, o poder da Igreja. Em verdade, elas nada mais foram do que vítimas do patriarcado.


Texto de algumas publicações em sites.



04/10/2007


Eu sou uma bruxa. Não trabalho para o demônio, não estou interessada no Satã. Quando fala-se em bruxas, a primeira imagem que a pessoa associa é aquela mulher velha, feia, nariguda, que tem um gato preto como única companhia e faz todo tipo de feitiço capaz de prejudicar quem quer que seja.Bruxa em sânscrito significa “mulher sábia”. As bruxas eram denominadas sábias, até a Igreja lhes atribuir o significado secundário de mulheres dominadas por instintos inferiores.As bruxas nada mais eram do que mulheres que conheciam as ervas medicinais para a cura das enfermidades do vilarejo onde residiam. Também eram aptas para realizar partos e preparar os ungüentos medicinais.Durante mais de 3 séculos a Igreja de Roma perseguiou as mulheres e matou-as como bruxas. Qualquer mulher independente, qualquer mulher diferente, qualquer mulher que tivesse um dom ou fosse atractiva, que cultivasse umas ervas de cura, que ajudasse uma mãe a parir, era para os doutores da Igreja, bruxas perigosas, torturadas e queimadas nas fogueiras da Inquisição.Essa é a bruxa que a Igreja Católica nos impôs na Idade Média. Qualquer mulher que vivesse sozinha, fosse solteira, ou ainda, que tentasse aprender a ler e a escrever era considerada bruxa. Pergunte-me quando a próxima lua cheia vai chegar. Ou melhor, quando a próxima lua azul vai chegar. Ou pergunte o que a lua azul. E Pergunte-me sobre ervas. Cristais. Curas. As vezes me pedem para fazer uma poção do amor. Mas eu não lanço feitiços em outras pessoas e não lançarei um feitiço em você para ficar linda, magra, mais atraente . E eu não vou lançar um feitiço no seu "desejado" para fazer ele te amar . Acredite-me, você não quer isso. Isso é forma de manipulação , mandar em alguém , infringe na sua liberdade. Não é bom para ninguém. E também não vou lançar um feitiço para alguém parar de fazer algo contigo. Magia funciona como uma co-criação. Uma bruxa funciona com energia universal, com os deuses, "inclinando" a máquina de probabilidade para algo. Simplesmente peça ao Universo que aumente os "fluidos" de abundância e prosperidade em sua direção . Isso não afeta ninguém. A principal lei é a seguinte: "Faça o que quiseres, desde que não prejudiques o outro". Porém, se há pessoas mal-intencionadas que usam o poder para prejudicar alguém, há uma outra lei, a Lei Tríplice, que diz: "Tudo o que fizeres voltará a ti multiplicado por três". Ou seja, se a pessoa fizer algo de ruim, ela receberá em dose tripla o que fez. Se ela fizer coisas boas, somente coisas boas voltarão para elas e ainda multiplicadas por três! Essas são as leis da Wicca, que devem ser seguidas por quem deseja viver em paz consigo mesmo e com os outros.Amo a natureza e vivo sentindo, muito mais do que pensando ou imaginando. Tenho muito forte o idealismo na alma e no coração, que traz nos olhos a luz do amanhecer e a serenidade do ocaso. Admiro paisagens, escuto o som dos ventos. Mexo com ervas e chás, sou primitiva e avançada ao mesmo tempo. Fico horas olhando as estrelas, tentando decifrar seus mistérios.Adoro a vida em todas as suas formas. Não aceito imposições, quase sempre me imponho, às vezes abertamente, às vezes com astúcia... sou um espírito livre e aprecia a liberdade alheia. Sigo a natureza e seus ensinamentos, a Lua é minha companheira, e as estrelas falam comigo. Ser Bruxa significa viver e agir na própria essência, antiquíssima e imorredoura, seguindo aquela Luz Divina que é a primordial faísca da alma.
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Obrigada, pela visita. Beijos de luz violeta na alma.