10/10/2010

REENCARNAÇÃO A Roda das Almas escrito por, Guilgul Neshamot e Graziella Marraccini




Baseado em um artigo por Rabi Avraham Brandwein


Reencarnação de Almas

O tema de guilgul neshamot, reencarnação de almas, não é mencionado explicitamente na Torá. No Zôhar, por outro lado, em Parashat Mishpatim, os segredos da reencarnação são discutidos exaustivamente. São então mais detalhados pelo Rabi Yitschac Luria (Ari), em um livro dedicado a este assunto, Shaar Haguilgulim, o Portal da Reencarnação.

Há uma razão para não encontrarmos qualquer menção explícita de reencarnação no Tanach (somente por meio de insinuações e pistas). D'us deseja que o homem seja completamente livre para fazer aquilo que deseja, para que possa ser totalmente responsável por suas ações. Se alguém soubesse explicitamente que com certeza reencarnaria se deixasse de retificar suas ações, poderia permanecer indiferente e apático. Poderia deixar de fazer todo o possível para acelerar sua evolução pessoal. Acreditando que não poderia ter qualquer influência no curso de sua vida, talvez renunciasse à toda responsabilidade, e deixasse tudo nas mãos do "destino."

Em Shaar Haguilgulim, o Ari explica que Adam (Adão) tinha uma alma universal que incluía aspectos de toda a criação [i.e., todo anjo individual e todo animal individual - todos tiveram de dar uma parte da própria essência a Adam; apenas como um reflexo em miniatura de todo o universo ele poderia ser conectado a toda criação, e elevá-la ou rebaixá-la...]. Sua alma também incluía todas as almas da humanidade em uma unidade mais elevada. Eis por que até mesmo uma ação de sua parte poderia ter efeito tão poderoso. Depois que ele comeu da Árvore do Conhecimento do Bem e do Mal, sua alma foi fragmentada em milhares de milhares de centelhas (fragmentos e fragmentos de fragmentos), que subseqüentemente tornaram-se revestidas/encarnadas em todo ser humano que viria a nascer e está vivo agora. A função principal dessas almas-centelhas é efetuarem todas juntas a retificação que Adam deveria fazer sozinho.


Facilitando o trabalho

É importante entender a diferença entre uma grande alma universal toda abrangente em uma parte, por um lado, e parti-la em muitos pedaços, (espalhadas por diversos corpos) por outro lado. Há dois motivos para isso:

1 - Em uma grande alma toda abrangente, é difícil discernir as partes (as almas individuais) porque ainda estão conectadas a uma grande unidade. Este não é o caso quando toda e cada alma-centelha toma um corpo separado. Podemos então reconhecer a singularidade de cada uma e as características específicas de cada uma delas.

Ao final, todas as almas retornarão àquele nível mais elevado de Unidade do qual todas se originaram, mas em um nível mais elevado (i.e., retornando à Unidade mas conservando a individualidade especial pela qual trabalharam e adquiriram).

2 - A segunda razão ou diferença é que muitas almas diferentes desempenhando um papel pequeno mas importante para retificar a criação é "mais fácil" que quando todas estão juntas.

Por analogia, isso é como uma carga pesada que precisa ser movida de um lugar para outro. É mais fácil muitas pessoas fazerem sua parte e carregarem aquilo que conseguem de toda a carga, que para uma única pessoa tentar carregar tudo sozinha.

O mesmo aplica-se a Adam. Quando ele comeu da Árvore do Conhecimento, danificou todas as almas que eram parte dele. Sua alma unificada foi subseqüentemente separada em várias partes, cada uma destinada a nascer em um corpo diferente, de tal forma que toda e cada uma conseguiria consertar seu pequeno pedaço da grande alma de Adam da qual faz parte, de forma que ao final todos se reunissem novamente como uma só.

Baseado nisso, o Or Hachaim Hacadosh explica por que as gerações iniciais viveram centenas de anos. Somente quando as gerações diminuíram em estatura espiritual a duração da vida das pessoas baixou para 70 ou 80 anos. A razão para isso é porque as gerações anteriores tiveram almas muito amplas e abrangentes. Eles, portanto, precisavam de mais tempo em cada vida para consertar aquilo que era preciso. Quando não utilizaram suas vidas longas para este propósito, por exemplo, a geração do Dilúvio, suas almas foram diminuídas e fragmentadas em pessoas "menores" com menos iluminação de alma, a fim de fazer a obra de retificação "mais fácil" para esta pessoa. Eis por que a vida das pessoas tornou-se menor.

Do ponto de vista do sistema em geral, todas estas almas ainda fazem parte de uma grande alma que é dividida e encarnada em incontáveis corpos distintos, geração após geração.

Disso vemos que a alma é uma luz Divina que dá vida ao corpo, que por sua vez torna-se um veículo para a alma, capaz de revelar suas (i.e., do corpo) qualidades distintas. Isso é similar ao poder da eletricidade que flui em um aparelho e o liga. A corrente elétrica, em si, não pode ser vista. Podemos apenas percebê-la por intermédio do aparelho que estamos usando. Por exemplo, podemos conectar um aquecedor ou um ventilador, uma máquina de lavar ou uma secadora em uma tomada elétrica, e ver que as diferenças entre cada aparelho devem-se a ligeiras modificações em seus mecanismos - aquecer versus esfriar, lavar versus secar, - em vez de na corrente elétrica que os faz trabalhar.

Da mesma forma, podemos entender que todos os corpos diferentes que jamais existiram eram todos manifestações de uma grande alma. As diferenças entre elas está nos diferentes corpos nos quais encarnaram, pois nenhum corpo assemelha-se ao próximo(cada encarnação é completamente única). Eis por que nosso corpo deve ser enterrado para retornar ao elementos básicos dos quais é composto. A alma, por outro lado, que dá vida ao corpo, é eterna. Assim, os corpos de cada geração de almas que nascem são comparados aos muitos pares de vestes que são tiradas quando a pessoa sobe aos céus.

A Lei da Conservação da Energia

A física moderna chegou a conclusões similares. A energia é sempre conservada. Quando um objeto físico queima ou apodrece, a energia, ou configuração da energia, ou informação contida naquele objeto físico não é destruída. Simplesmente passa para uma outra forma. Isso é na verdade o mesmo que dissemos sobre as almas. Uma alma é vida e energia, como declara a Torá: "[D'us] soprou uma alma viva em suas narinas." De acordo com isso, vemos novamente que a soma total de encarnações de todas as gerações é realmente aquela de uma grande alma - Adam - que passa por muitos corpos. Em cada geração, e em cada corpo, assume uma forma diferente. No fim, qualquer mudança que ocorrer, ocorrerá nos corpos.

Mais de uma alma habitando um único corpo

Há um outro tipo de reencarnação que pode ocorrer quando a pessoa ainda está viva. O Ari chama esta forma de reencarnação de Ibur.

Acredita-se geralmente que a reencarnação ocorre depois que a pessoa deixa este mundo, após a morte do corpo, quando então, ou pouco depois, a alma transmigra para outro corpo. Ibur não funciona assim. Envolve receber uma alma nova (mais elevada) em algum ponto da vida da pessoa. Ou seja, uma nova alma vem até o coração da pessoa enquanto ainda está viva. A razão pela qual isso é chamado Ibur, gestação ou gravidez, é porque esta pessoa torna-se "grávida" com esta nova alma enquanto ainda está viva. Este fenômeno é a profunda explicação por trás de certas pessoas que passam por mudanças drásticas em sua vida. Passam por uma mudança mental sobre determinadas coisas ou mudam seu estilo de vida, e por meio disso ascendem ao próximo nível espiritual. Isso também é incluído sob o título geral de encarnação, porque estão agora abrigando uma nova alma [ou um aspecto de sua própria alma ou uma alma mais elevada da qual faz parte] a fim de ser um veículo para a retificação daquela alma. Isso é o que ocorre quando uma pessoa está pronta para avançar na evolução de sua alma.

Eis por que a alma tem cinco nomes, um mais elevado que o outro, nefesh, ruach, neshamá, chaya e yechidá. Segundo o Zôhar, os quatro níveis inferiores da alma geralmente entram numa pessoa durante sua vida em Ibur: Primeiro, a pessoa recebe nefesh ao nascer; então quando merece, recebe ruach; quando merece, recebe neshamá; quando merece, recebe chaya. Quanto mais alto o nível, mais rara é esta ocorrência. Muito poucos jamais mereceram chegar a neshamá, muito menos chaya. Ninguém jamais recebeu o nível mais elevado, yechidá. Adam o teria recebido, se não tivesse pecado.

Os nomes de personalidades bíblicas que voltaram em reencarnação

No Shaar Haguilgulim do Ari, encontramos muitos exemplos de almas transmigradas. Moshê, por exemplo, foi uma reencarnação de Hevel (Abel) e Shet (Seth), conforme seu nome indica (o Mem de Moshê representa Moshê, o Shin representa Shet, e o Hê representa Hevel). O sogro de Yaacov, Lavan, mais tarde é reencarnado como Bilam (durante a época de Moshê) e Naval (durante o tempo de David). Rabi Akiva foi uma reencarnação de Yaacov. Os dez irmãos de Yossef que o venderam foram castigados tendo de reencarnar em dez grandes tanaim, os dez mártires que foram mortos pelos Romanos. A realidade da reencarnação também pode nos ajudar a entender porque, D'us não o permita, criancinhas morrem. São almas que devem descer ao mundo por um breve tempo, para fazerem uma quantidade mínima de retificação. Em seguida estão livres para partir.

Reencarnação no Reino Mineral, Vegetal, Animal e Humano

Já mencionamos o princípio de que tudo contém um poder que lhe dá vida. Num ser humano, este poder é realmente Divino, sendo chamado de neshamá. Os animais também possuem uma alma, chamada de alma animalesca. As plantas e outros seres que crescem têm uma alma vegetativa. A matéria inerte também contém uma porção daquele poder, chamado nefesh.

Uma alma humana pode também encarnar nestas formas inferiores como punição por seus pecados. Em Shaar Hguilgulim, o Ari traz inúmeros exemplos dessas encarnações, nas quais a alma de uma pessoa que praticou o mal deliberadamente, dependendo da gravidade do pecado, entra em várias formas de matéria inerte ou orgânica, ou em animais. Somente após uma jornada longa e árdua, tal alma pode voltar e ser reencarnada como ser humano novamente, e por fim tornar-se purificada o suficiente para retornar à sua Fonte.


A necessidade de retornar

O judaísmo acredita em reencarnação? Se sim, por quais motivos uma alma reencarna? E se uma alma já teve vários corpos, com qual deles irá voltar quando Mashiach chegar? O mais recente? O que me garante que uma família irá reencontrar todos seus entes queridos, pois alguns deles já podem estar pertencendo à outra família!

RESPOSTA:

Uma alma desce a este mundo vinda de "sob o trono da glória" - um local muito mais elevado que o anjo mais elevado - para cumprir sua missão neste mundo físico. Esta missão é constituída tanto de uma missão geral - o cumprimento de todos Mandamentos Divinos - como também de uma missão específica para esta alma.

Após o tempo que lhe foi designado, a alma retorna para ser julgada. Pode precisar purificar-se no Guehinom (Purgatório), mas ao final, estará apta a colher sua recompensa temporária, que é vivenciar no Gan Éden (Paraíso), o Mundo das Almas, a luz Divina que gerou com todas suas boas ações.

Porém, em muitos casos a missão toda da alma não foi completada nesta vida. Pode ainda existir algum problema que necessite de correção, herdado ou não de uma encarnação anterior. Portanto, aquele aspecto da alma que ainda necessita ser completado deve retornar. Por este motivo as almas voltam uma e outra vez, até que sua obra esteja completa. Este conceito é conhecido na Cabalá como Guilgul.

Em casos específicos (onde a pessoa cometeu transgressões gravíssimas), esta terá somente três chances de reencarnar (além da primeira vida), para assim retificar suas falhas. Se após estas três chances ela não consegue esta retificação, a alma ficará errante e isolada neste mundo até reencarnar no reino animal, vegetal, mineral ou as vezes até em criaturas espirituais negativas. Nesse estágio doloroso, a alma não consegue sua elevação sem assistência externa. Esta ajuda poderá ser tanto intencional, através do estudo da Torá, recitação do Cadish, a prática de atos de bondade e caridade em prol dela, ou mesmo sem intenção. Por exemplo, as vezes passamos por um certo local, tendo a chance de estudar lá uma passagem da Torá ou recitar os Salmos, sem saber que na verdade há algo neste local que está aguardando nosso ato, as vezes por centenas de anos.

Vale apenas ressaltar que um filho, ou até um amigo, pode fazer bem para uma alma querida, através dos atos lembrados acima, independente se a alma encontra-se em uma situação descrita acima, ou se está no Mundo da Verdade.

A regra acima (das três chances), não se aplica a um tsadic (justo). A sua alma poderá voltar muitas vezes com a missão de retificar a geração.

A maioria das almas de nossa geração são retornantes, e somente pessoas especiais sabem exatamente qual é sua missão na vida.

Uma das maneiras de saber qual é nossa missão específica, é simplesmente observando quais são os assuntos onde há mais obstáculos e são mais difíceis de serem cumpridos. O Yêtser Hará (Má Inclinação) não se introduz em excesso nos assuntos que já foram retificados em vidas passadas, somente o necessário para a pessoa ter o livre arbítrio, porém na missão específica da alma nesta encarnação, há uma forte objeção por parte do Yêtser Hará.

Finalmente, todas as almas receberão como recompensa definitiva, o retorno ao seus corpos neste mundo material - a Ressurreição dos Mortos - após a vinda de Mashiach (Messias). Então todos receberemos a completa recompensa de experimentar um mundo iluminado e belo que todos construímos com a soma de todas nossas boas ações.

Sobre sua questão com qual corpo a alma voltará?

Cada pessoa, mesmo aquela cuja conduta não foi das melhores, inevitavelmente também tem muitos méritos. Portanto em cada descida e encarnação, consegue retificar vários aspectos da alma. Na Ressurreição dos Mortos, cada corpo voltará com a parte da alma que foi retificada.

Você poderá perguntar: se este for o caso, existirão então corpos somente com partes de alma, e não com a alma completa? Saiba que qualquer fração da alma é composta de todas as partes, e cada uma destas tem sua estrutura independente, mesmo que ao pertencer a uma alma matriz, seja considerada somente um aspecto dela.

Cadish
Seu significado

O que é e por que se fala o Cadish por um falecido?

RESPOSTA:

O Cadish é uma oração de louvor a D'us que enaltece Seu nome e é recitado no lugar da pessoa falecida que não pode mais louvar a D'us. No Talmud esta prece é considerada de grande valor. Quando recitada, dizem nossos sábios, D'us meneia Sua cabeça com satisfação.

Esta prece foi redigida em aramaico, pois na época do Talmud esta era a língua conhecida por todos e, por sua importância, todos deveriam entendê-la.

Consta nos livros que na Era Messiânica, os justos serão mais elevados que os anjos e ao rezar o Cadish pedimos para que D'us aproxime esta época. Por isso também é recitada em aramaico, uma vez que os anjos não entendem esta língua.

Consta no Talmud que certa vez o grande sábio Rabi Akivá viu a alma de uma pessoa que estava sofrendo muito. Esta lhe contou que em vida fora muito perversa e cometera vários delitos. Sua sentença foi sofrer muito naquele mundo. Esta alma pediu que Rabi Akivá procurasse seu filho e o ensinasse a rezar, pois somente desta forma teria penitência, principalmente se falasse o Cadish.

Rabi Akivá tratou de encontrar o filho e o ensinou a rezar. Quando o menino recitou pela primeira vez o Cadish, a alma voltou a Rabi Akivá dizendo que este Cadish conseguiu tirá-la de seus sofrimentos.

Daqui aprenderam os sábios que a recitação do Cadish pelo filho salva a alma dos pais de todo e qualquer sofrimento. Por isso foi instituído o Cadish durante o luto.

Alma
Alma do animal

Um animal pode ter uma alma humana?

RESPOSTA:

Não exatamente, mas existe um conceito de "Guilgul". É possível que a alma de um ser humano venha a este mundo no corpo de um animal a fim de atingir sua perfeição.

O animal é motivado por uma alma animal padrão, e a alma humana está aprisionada dentro dela, com pouquíssima oportunidade de se expressar. Quando o animal morre, não é a alma do animal que vai para o céu, mas sim a alma do ser humano que estava no animal.

Alma Divina

O senhor poderia descrever a alma?

RESPOSTA:

No Tanya, a obra magna da escola Chabad de pensamento chassídico, a alma é descrita como "Uma porção do D'us vivo."

Para entender isso, imagine um tecido negro espesso sobre uma lanterna acesa. Agora, abra um buraco nele com um objeto de ponta aguçada - e um pontinho de luz passará por ele. A luz é D'us, o tecido é o corpo, e aquele pontinho de luz - a "porção de D'us" - é a alma. Isso significa que a alma é uma centelha de Divindade dentro de cada indivíduo. É responsabilidade da pessoa deixar que esta centelha se expresse através dos seus pensamentos, palavras e ações, conhecidos coletivamente como as vestimentas da alma.

Como a alma é uma centelha de Divindade, considera-se que é infinita por si mesma. A alma representa a conexão eterna e inquebrável da pessoa com o Todo Poderoso. A partir daí, podemos deduzir que acessar a alma é a experiência mais profunda possível.

A relação entre corpo e alma pode ser comparada ao relacionamento de uma lâmpada e a corrente elétrica. Sem a corrente elétrica, a lâmpada simplesmente não pode acender. Mas quando o interruptor é pressionado, a luz se acende. Assim também ocorre com o corpo e a alma: é da alma que o corpo extrai a força necessária para viver.

A alma é eterna e vive para sempre - apenas troca seu "local básico de residência" no decorrer da existência.

Então, já expressou sua alma hoje?

O que é alma

Se você se beliscar poderá sentir que está vivo. Se alguém lhe chamar aos gritos, você certamente irá atender ao chamado. Seus sentidos lhe orientam como reagir a cada ato que ocorre em sua vida. Mas quando alguém a quem você ama muito lhe magoa ou lhe ofende, que sentido você usa para expressar o que sente, além das lágrimas que escorrem em sua face?

Sua alma!

Uma alma é Energia Divina; é existência além da matéria. É a parte de você que existe além da matéria, além de seu corpo e de seus cinco sentidos. Não pode ser vista. A alma é para o corpo aquilo que o astronauta é para a roupa espacial; funciona como uma bateria, dando vida e animação. Tire o astronauta da roupa, e esta será basicamente inútil. Tire a alma do corpo, e o corpo basicamente desmorona. (Isso é a morte - a separação entre corpo e alma).

É impossível dar uma definição concreta da alma, pois a alma não é uma entidade concreta mas abstrata. Não é matéria - é energia - mas também não é energia física. É energia Divina, um pedacinho de D'us dentro de você.

A pessoa teria de na verdade fazer calar os sentidos para sentir a alma. Se você fosse cego, surdo, mudo, sem nariz e com o tato insensível, ainda estaria vivo dentro de si mesmo. Mas que parte de você ainda está viva? Eis o que é a alma.

Você tem um corpo? Se respondeu "sim", quem é este "eu" que tem um corpo? Não poderia ser o corpo - não se pode dizer que o corpo tem um corpo. Então, isso é o que chamamos de alma
Você tem um corpo? Se respondeu "sim", quem é este "eu" que tem um corpo? Não poderia ser o corpo - não se pode dizer que o corpo tem um corpo. Então, isso é o que chamamos de alma

Mas como devemos expressar nossa alma? É fácil, basta seguir algumas instruções:

1. Torne-se espiritual

A espiritualidade é para sua alma aquilo que o alimento é para o corpo. Antes que você possa expressar sua alma, deve nutri-la. Um homem faminto não pode ganhar uma corrida, e uma alma faminta não pode expressar-se. Para alimentar sua alma, dê-lhe espiritualidade. Faça atividades espirituais.

2. Estude Torá

Nada é mais poderoso e nutritivo para a alma que o estudo de Torá. Quando você estuda Torá, está lendo a mente de D'us. Sua alma eleva-se, fortalecendo-se com grandes pedaços de energia espiritual, que pode usar para realizar outras coisas espirituais.

3. O que são "coisas espirituais?"

São outras coisas boas e positivas que não têm resultado físico e tangível - são espirituais, portanto você não pode ver com seus olhos físicos. Por exemplo, imergir na prece ou cumprir qualquer mitsvá (preceito da Torá) é uma coisa espiritual. E atos de amor e bondade, embora sejam coisas espirituais, têm ainda o benefício de um resultado tangível, físico - um relacionamento aperfeiçoado ou uma pessoa grata por receber sua ajuda.

Rabino Simon Jacobson explica a alma desta forma:

"Uma alma é nossa identidade interior, nossa razão de ser. A alma da música é a visão do compositor que energisa e dá vida às notas tocadas em uma composição musical.

"Cada Alma é a expressão da intenção e visão de D'us ao criar aquele ser em especial. Cada um de nós é uma nota musical única, numa grande composição cósmica. É nossa obrigação descobrir nossa alma e tocar sua música singular."

Então, o que está esperando? Entre já em sintonia. Afine-se... refinando sua alma a cada dia!

Extraído de: http://www.chabad.org.br/biblioteca/artigos/queealma/index.htm



A Roda das Almas
:: Graziella Marraccini ::

O artigo dessa semana tomou forma em minha mente num hospital, onde acompanhei o sofrimento de uma pessoa querida. Assim como ela, tantos outros seres humanos, mesmo sendo por mim desconhecidos, padeciam de um sofrimento que não me deixou indiferente. Uma pergunta me vinha continuamente ao espírito. Se Deus é bom, amoroso e misericordioso, e justo também, porque tanto sofrimento? Porque muitos milhões de pessoas inocentes sofrem enquanto outras - às vezes más e violentas - prosperam e vivem num mar de rosas? Que sentido tem em tudo isso, meu Deus? Esta questão é quase tão velha quanto a própria humanidade e a resposta também! Mas ela pode ser compreendida somente através de metáforas.

Muitas religiões ou crenças (ou filosofias) reencarnacionistas respondem de maneira quase satisfatória a essa pergunta. Na Cabala, a Roda da Reencarnação, é chamada de Gilgul Neshamot, o que significa, literalmente, A RODA DAS ALMAS. Se quisermos ver além da aparência de um inocente punido e/ou um maldoso recompensado, precisamos examinar essa roda de forma metafórica. Eu a imagino como uma enorme roda, nas bordas de nossa galáxia, com todas as almas encravadas ao seu redor, como estrelas. Gilgul Neshamot seria então uma roda em movimento constante e acompanhando o seu movimento as almas vêm até a Terra e vão de volta até ela, num ciclo eterno de nascimento, morte e renascimento. Até que o processo termine e a reencarnação não seja mais necessária, pois creio firmemente que um dia todos poderemos sair dessa Cruz onde a matéria nos crucifica a cada nova existência.

O mesmo processo ocorre no interior de um corpo humano ao longo de sua vida. Nascimento, crescimento, reprodução e morte, e novamente renascimento, o ciclo do novo produzido pelo velho, dando continuidade à forma física. As células se renovam continuamente até o momento em que a alma deixa nosso corpo, se dissolve, iniciando assim a degeneração da matéria. Compreender esse processo no nível físico nos ajuda a compreender o incrível movimento contínuo da vida do espírito. Parece simples, mas, ainda assim, a maioria daqueles que consideram realmente esse processo, ficaria surpresa ao perceber quanto consideramos como verdadeira essa teoria, sem ao menos - realmente e profundamente - meditar sobre ela.

O direcionamento inteiro da evolução física se desenvolve do simples ao complexo. De um lado existem as series orgânicas de uma única célula. Do outro está o complexo extraordinário representado pelo corpo humano, com suas incontáveis células organizadas em órgãos, ossos, redes nervosas, pele, tecido cerebral, etc. Nosso corpo está constantemente desempenhando suas funções de forma progressiva. O cérebro de uma criança possui pouca capacidade para o estado de consciência, mas, à medida que cresce, a mente torna-se mais formidável, não tanto porque cresce em peso e tamanho, mas em virtude da compreensão do mundo ao seu redor e do desenvolvimento de sua própria consciência. O homem sabe que pertence à humanidade. Mais tarde, na velhice, o poder de consciência regride novamente, até que, na morte, esse instrumento da consciência é destruído. A medicina hoje em dia considera a morte como morte cerebral. Mas a destruição não se estende à alma e muito menos ao espírito. Esses não são destruídos. Somente o instrumento da consciência cessou de existir. O processo de evolução continua e continuará com nossa alma e nosso espírito intactos; compreender isso é essencial para perceber o conceito de reencarnação.

Através da natureza, as formas minerais são quebradas para fornecer alimento às plantas. As plantas, por sua vez, são sacrificadas para servir de alimento aos animais, e estes, por fim, são sacrificados por outros animais maiores e pelo homem. Do ponto de vista da perspectiva física, a natureza não é nada mais do que um enorme matadouro! Conseqüentemente, já que a natureza, aparentemente, cuida tão pouco dos corpos físicos, é fácil se perguntar se tudo isso tem um propósito. Ainda, algo em nosso universo mantém o movimento continuo em propulsão. O processo de desenvolvimento, como a roda, não tem começo nem fim, portanto, ver a vida somente como um começo e um fim é similar a observarmos uma árvore da floresta e acreditar que existe somente essa árvore e que é ela que determina a existência da própria floresta. Na armadilha do movimento contínuo do tempo, podemos facilmente perder o propósito do TODO. Tudo na vida, sem nenhuma exceção, funciona como uma roda. Ainda assim, muitas pessoas acham impossível olhar além do momento presente. É para eles impossível compreender que vindo para a Terra, muitas vezes nós acumulamos experiências e passamos de um grau para outro, assim como fizemos desde nosso nascimento, ao crescer.

As sociedades primitivas evoluíram desde as primeiras civilizações até chegar a uma civilização mais consciente, mais solidária, por assim dizer. Então, o que nós arrebatamos, pelo bem ou pelo mal, é uma progressão contínua de experiências que podem ser vistas como reencarnações após reencarnações das raças e povos da Terra. Crescemos continuamente, desde as sociedades agrárias até as sociedades urbanas, passamos da guerra para a paz - e para a guerra novamente - e não percebemos, nunca, (ou quase) que estamos vivendo sempre no movimento da roda. E aceitamos cegamente o movimento da roda que constitui nossas vidas sem nunca questionar a qual escopo ela serve. Mas na nova era que está surgindo tudo isso precisa mudar. E irá mudar. Como a Era de Aquário está se sobrepondo à Era de Peixes (a sobreposição já começou, e a esse propósito ler no site o artigo sobre a Era de Aquário no final do texto) é imperioso que tomemos conhecimento de nosso escopo individual. Mesmo os mais cépticos terão a possibilidade de receber as informações necessárias, que nos são veiculadas pelos sábios do passado, por aqueles que vivem entre nós, e pelos mestres que enviam suas mensagens através das pessoas iluminadas. A Luz está fluindo com maior rapidez e bem rapidamente nos movemos de uma Era para outra, desenvolvendo assim a capacidade de compreender que o nosso escopo individual é aquele de participar do movimento próprio da roda, fazendo parte dela, como nossas células fazem parte de nosso corpo. Fazemos parte de Corpo do Todo e nossa experiência passada nos servirá de instrumento de evolução. Na Era de Aquário poderemos nos comunicar através da telepatia (sem precisar de celulares!) e poderemos nos transportar de um lugar para o outro com o poder da mente, poderemos criar nosso futuro segundo nossas imagens mentais. A Era de Aquário é a verdadeira Era da Luz, e somente aqueles que serão capazes de ‘suportar’ o conhecimento é que poderão continuar na roda da evolução. Não importa com qual corpo físico estaremos encarnados, nosso espírito será sempre o mesmo, já que foi gerado na Mente do Todo e cravado, como uma estrela, na Roda das Almas.

Mas vamos voltar, finalmente, àquela sensação de frustração da desigualdade e da injustiça gerada pelo sofrimento humano. Pensei que, apesar de toda a evolução científica, não chegamos nem mesmo a arranhar a superfície da compreensão de nossos maiores adversários, que são o sofrimento e a própria morte. O sofrimento (ler o artigo sobre a dor e o sofrimento no final do texto), a velhice e a morte fazem parte de nossos ‘monstros interiores’ e tentamos nos livrar deles de todas as maneiras. Raramente pensamos, ao olhar alguém que sofre, que aquilo faz parte de seu “instrumento de evolução”! Não conseguimos resolver o problema dos desastres naturais, aliás, estamos bem longe disso, devido à nossa conduta inconsciente e egoísta! Intimamente, lutamos contra o egoísmo, a estupidez, a frivolidade, a hipocrisia, e a ganância e todas as fontes de dor e sofrimento. Mas fazemos algo a respeito? Os momentos de desespero se intercalam com momentos de alegria e júbilo. E, por essa razão, continuamos a esperar que a dor acabe, que tudo retorne ‘como era antes’ sem nos perguntar, realmente, qual é o propósito disso tudo? Como a dor pode nos ensinar algo, como nosso sofrimento pode servir de alimento à alma em seu caminho de evolução? Aproveitar os ensinamentos provenientes do sofrimento deveria ser o propósito natural. Mas não é isso que fazemos. Do mesmo modo que o médico que ataca a febre e procura eliminar os sintomas da doença, sem se importar com o organismo “doente”, tentamos eliminar a dor e o sofrimento sem compreender que é ela, sim, a dor, que ensina algo à nossa alma e servirá de alimento para a evolução de nosso espírito.

Uma boa semana a todos.

Graziella Marraccini é astróloga, taróloga, cabalista e estudiosa de ciências ocultas
e dirige a Sirius Astrology.
Visite o Site pessoal da Astrologa
EXTRAÍDO DE: http://somostodosum.ig.com.br/conteudo/conteudo.asp?id=4886

Um comentário:

  1. achei muito legal tudo isso que lí gostaria de me de ter mais aprofundamento e informaçoes sobre o assunto!

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Verá com melhor nitidez esse site, com os navegadores Mozilla Firefox ou Google Chrome.

Obrigada, pela visita. Beijos de luz violeta na alma.