Discutir escola exige que se pense sobre o que acontece com quem entra na escola e como, quem entra, sai da escola, ao final da escolaridade, que varia de sociedade para sociedade, de acordo com o valor dado à educação.
Entrar na escola não garante ter atualizada a promessa de uma nova vida como resultado da escolaridade. As estatísticas revelam que os afro-descendentes têm tido muito menor oportunidade de escolaridade do que os euro-descendentes e que os indígenas conquistaram menos oportunidade de acesso à escola do que as populações afro-descendentes.
Dos limites que foram colocados historicamente aos que foram excluídos de tudo, inclusive do direito à escola, da classe trabalhadora, do movimento negro, das populações indígenas, da luta do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra. Onde se dá a luta entre os que desejam manter o status qual e os que tentam se organizar para mudar a sociedade, as dificuldade que os professores encontram quando desejam mudar a sua prática pedagógica e vão em busca de uma formação continuada que lhes possibilite criar alternativas pedagógicas que possam responder aos anseios das crianças afro-descendentes, indígenas, filhas de trabalhadores ou de desempregados ( que o número é crescente) as que vivem nas favelas, as tantas crianças que acompanham seus pais na busca de terra para se assentar e plantar para sobreviver.
Não por acaso um dos líderes do Movimento dos Trabalhadores sem Terra tem um mote sempre repetido por todos os militantes - "queremos pôr abaixo as cercas da propriedade rural, mas isto não nos basta, queremos também pôr abaixo as cercas da ignorância". Eles querem escola, mas não é qualquer escola. Querem uma escola sintonizada com um projeto emancipatório de sociedade, uma escola em que os alunos e alunas sejam potencializados para mudar o mundo e, mudando o mundo, mudarem as suas vidas.
(Artigo da Página da Educação)
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