Já se perguntaram alguma vez como Adolf Hitler, um artista miserável que vivia em albergues, pôde converter-se no deus e fuehrer proeminente da Alemanha nos anos 30 e 40? O que quero dizer é que: Quantos quase-sem-teto você conhece que tenham tido tal sorte? Mesmo que você conheça algum, o fato é que o fenômeno nazista não foi mera casualidade. Pelo contrário, foram os banqueiros de Wall Street (entre outros) os financiadores ocultos desta meteórica ascensão ao poder. O que é ainda mais deplorável é o fato de que a família de nosso atual presidente fez parte das pessoas que financiaram a máquina de guerra nazista, e se locupletaram com ela. Os autores Webster G. Tarpley e Anton Chaitkin, em "George Bush: The Unauthorized Biography " resumem a situação desta maneira: "Ao decidir que Prescott Bush [o avô de George W. Bush] e os outros diretores da Union Banking Company (UBC) eram legalmente TESTAS-DE-FERRO DOS NAZISTAS, o governo evitava o problema histórico mais importante: em que medida os próprios nazistas de Hitler foram contratados, armados e adestrados pelas camarilhas de Nova York e de Londres, das quais Prescott Bush era um dos executivos?" Portanto, antes de entrar nos elementos essenciais deste artigo, começarei dizendo que o que vão ler aqui não é nada de “inédito”. Já está disponível através de toda uma série de fontes, e não pensem que minha intenção é fazer novas revelações. Meu objetivo é oferecer um resumo de como os serviços de informação holandeses e os arquivos do governo norte-americano confirmam sem margem a dúvida "os laços diretos entre Prescott Bush, a família Thyssen e os lucros sangrentos obtidos de 'nossa' Segunda Guerra mundial". Este dinheiro sujo de sangue foi obtido via UBC, no qual Prescott Bush e seu sogro, George Herbert Walker, uniram forças com o industrial alemão Fritz Thyssen e financiaram Adolf Hitler antes e durante a Segunda Guerra mundial. Ainda que um grande número de outras sociedades ajudasse os nazistas (como a Standard Oil e o Chase Bank, dos Rockefeller, assim como grandes montadoras de automóveis estadunidenses), os interesses de Prescott Bush foram muito mais profundos e sinistros. Não apenas havia ligações financeiras, como também os laços comerciais estavam muito mais consolidados. O que tento dizer é isto: uma parte importante da estrutura financeira da família Bush foi constituída por meio de sua ajuda a Adolf Hitler. Podem imaginar os desdobramentos desta afirmação? O atual presidente dos Estados Unidos, assim como seu pai (ex-presidente, vice-presidente e diretor da CIA) chegaram ao ápice da hierarquia política norte-americana porque seu avô, seu pai e sua família política haviam ajudado e alentado os nazistas. As perguntas que gostaria de fazer agora são as seguintes: 1) Por que o presidente Bush não quer admitir estes crimes familiares? 2) Por que os meios de comunicação não o interrogam diretamente sobre estes crimes horríveis? Naturalmente, alguém pode não acreditar que a família Bush ajudou diretamente os alemães, o que constituía em essência uma traição contra seu próprio país. Contudo, é a triste realidade. Para prová-la, comecemos pelo principio. Em 1922, W. Averell Harriman, este notório magnata das estradas de ferro, foi a Berlim com o objetivo de entrevistar-se com os membros da família Thyssen e de fundar uma filial bancária. E quem se converteu no presidente deste banco? George Herbert Walker, o sogro de Prescott Bush. Dois anos mais tarde, em 1924, a UBC foi criada com vistas a unir suas forças ao "Bank voor Handel em Scheepvaart" (Banco do Comércio e da Navegação) de Fritz Thyssen. E quem foi nomeado para dirigir diretamente a UBC? Prescott Bush. E ainda melhor para Prescott Bush foi o fato de que George Herbert Walker lhe deu uma ajuda incrível, em 1926, catapultando-o ao cargo de Vice-Presidente e sócio de negócios na Brown Brothers Harriman. E quem levou Prescott com ele nesta empresa? Um punhado de seus antigos colegas de classe em Yale pertencentes à (sociedade secreta) Skull & Bones. Além disso, Prescott Bush era um dos sete acionistas da UBC. Até este ponto, vocês poderão pensar: e daí? Nada parece extraordinário. São apenas negócios usuais. Mas as aparências enganam, como vamos ver em breve. É que, bem ao fim destes loucos anos 20, aconteceu algo que, quando se vê no contexto de Prescott Bush, põe tudo em sua própria perspectiva. Una vez mais citemos os autores Tarpley e Chaitkin em sua "Biografia Não Autorizada": "o grande crack financeiro de 1929-1931 comoveu os Estados Unidos, a Alemanha e a Grã-Bretanha, debilitando todos os governos. Além disso, deixou o diligente Prescott Bush mais desejoso ainda de fazer tudo o que fosse necessário para resguardar seu novo posto no mundo. Foi durante esta crise que certos anglo-americanos decidiram a instauração do regime hitlerista na Alemanha." E quem seria um dos personagens-chave para iniciar a troca da guarda na Alemanha? O sócio da família Bush, Fritz Thyssen. Aqui seria oportuno ver um pouco mais de perto o tipo de gente com quem os Bush estavam se metendo. Fritz Thyssen foi o primeiro em impulsionar o partido nazista recém constituído dando-lhe 25.000 dólares em meados dos anos 20. Em 1931, filiou-se ao partido nazista e logo se tornou amigo íntimo de Adolf Hitler. Ao longo dos anos, Thyssen acabou se convertendo no “primeiro e mais importante financiador de Hitler" e se tornou um dos personagens preponderantes em sua ascensão ao poder. Thyssen estava fascinado por Hitler, e se gabava disto. "Percebi seu talento de orador e sua capacidade de dirigir as massas. Contudo, o que mais me impressionou foi a ordem que reinava durante seus encontros, a disciplina quase militar de seus seguidores." Em setembro de 1932, Thyssen convidou um membro da indústria alemã a entrevistar-se com Hitler e foi tudo uma rasgação de seda depois que Hitler respondeu a cada pergunta à sua "inteira satisfação". Thyssen estava tão entusiasmado em seus elogios, e em seu apoio, que logo escreveu um livro intitulado: "I Paid Hitler" (Financiei Hitler) onde explica claramente o seu papel no nazismo desde outubro de 1923. Fritz Thyssen também utilizou sua influência pondo em marcha o "German Steel Trust" (Consórcio Siderúrgico Alemão), fundado em 1926 pelo grande manda-chuva de Wall Street, Clarence Dillon. E quem foi um dos auxiliares de Bush neste projeto? o pai de Prescott Bush, Sam Bush. Por conseguinte, Fritz Thyssen se converteu num dos homens mais importantes da máquina de guerra alemã devido à sua posição no German Steel Trust. Sua família também controlava inúmeros bancos (obviamente às escondidas) que permitiam aos Thyssen transferir seu dinheiro de Berlim para a Holanda, e de lá para Nova York. Desta forma, quando terminou a Segunda Guerra Mundial, não se veriam obrigados a renunciar a seus lucros. Mas estou me adiantando. Como podem ver, durante os anos vinte, a família Thyssen fundou três bancos extremamente importantes: 1) August Thyssen Bank - Berlim 2) Bank voor Handel em Scheepvaart - Países Baixos 3) Union Banking Corporation (UBC) – Nova York Aqui começamos a desvendar a charada. Por quê? Porque os Thyssen obtiveram seu financiamento inicial a partir de duas instituições que lhes permitiriam lançar suas operações de instalação de uma máquina de guerra: a Brown Brothers Harriman e a UBC. E quem eram os elementos-chave destas duas instituições? George Herbert Walker e Prescott Bush! Assim, a UBC foi criada para transferir fundos entre Manhattan e a Alemanha através dos bancos holandeses de Thyssen. Neste empreendimento, os Thyssen obtiveram a assistência da família real holandesa, que cooperou para esconder suas contas em toda uma série de bancos holandeses. Este detalhe é importante, já que o perpetrador destas operações foi o príncipe Bernhard em pessoa. E quem viria a ser a origem? Resposta: o notório grupo Bilderberg, durante os anos 50*! Desde então, a UBC se converteria em um canal secreto para o dinheiro nazista, já que saía da Alemanha até os Estados Unidos, passando pelos Países Baixos.
E quando os nazistas tinham necessidade de se reabastecer de recursos, a Brown Brothers Harriman mandava seus fundos de volta a Alemanha. Começam a entender como funcionavam estas operações? A UBC recebia o dinheiro da Holanda e a Brown Brothers Harriman o reenviava. E quem fazia parte do Conselho Diretivo destas duas companhias? Acertou! Prescott Bush em pessoa, o principal lavador de dinheiro dos nazistas! Suas operações eram tão flagrantes e chocantes para os norte-americanos que em 10 de outubro de 1942, o governo norte-americano ordenou o confisco de todas as operações bancárias nazistas em Nova York, cujo responsável não era outro senão Prescott Bush. A UBC, dirigida por Prescott Bush, foi acusada de infração à “Lei contra o Comércio com o Inimigo” e todas as suas ações foram seqüestradas. E se recordam de quem eu disse que possuía todas estas ações? Não havia mais que sete pessoas: Prescott Bush, três banqueiros nazistas e três norte-americanos. Mas a limpeza não ia terminar por aí; não sem acertar na mira. Em 26 de outubro de 1942, o governo ordenou o confisco de outras duas empresas de fachada, dirigidas por Prescott Bush para a corporação financeira Harriman: 1) Holland-America Trading Corporation (Sociedade Comercial Holanda-América). 2) Seamless Steel Equipment Corporation (Sociedade de Equipamentos de Tubos de Aço). Então, em 11 de novembro de 1942, outra companhia dirigida por Prescott Bush e George Herbert Walker foi confiscada, pela mesma “Lei contra o Comércio com o Inimigo”, a Silesian-American Corporation. Não sei se vão concordar comigo, mas se nosso governo foi a esse extremo de fechar estes empresas da família Bush, me parece que era porque estavam metidas em negócios bastante tenebrosos. John Loftus, que citei no começo deste artigo, disse desta situação traiçoeira: "já é bastante grave que a família Bush ajudasse a levantar o dinheiro que Thyssen deu a Hitler nos anos 20, mas conceder apoio e conforto ao inimigo em tempo de guerra é traição. O banco dos Bush ajudou a família Thyssen a fabricar o aço nazista que matou soldados aliados." Tarpley e Chaitkin, em "George Bush: Uma Biografia Não Autorizada", são mais objetivos: "A fortuna da família do presidente foi em grande parte um resultado do projeto Hitler. " Ainda não estão convencidos? Pois bem, que dizem disto: a UBC, dirigida por Prescott Bush, e em cooperação estreita com o German Steel Trust de Fritz Thyssen, produziu as seguintes porcentagens da máquina de guerra nazista: - 50.8% de ferro gusa - 41.4% de chapas largas - 36% de chapas reforçadas - 38.5% de aço galvanizado - 45.5% de canos e tubos - 22.1% de arames - 35% de explosivos Todos os materiais acima citados são necessários para construir blindados, aviões de combate, canhões e bombas – aproximadamente 1/3 de toda a máquina de guerra alemã e tudo isso bancado não apenas por um nazista declarado como Fritz Thyssen, mas também pela família Bush. Seja como for, se já não estão enojados o bastante, façamos um pequeno salto de alguns anos. A guerra termina em 1945 e Fritz Thyssen morre em 1951. Com sua morte, os demais acionistas da UBC encerraram suas participações (se tratava dos mesmos bens congelados pelo governo em 1942 sob a "Lei Norte-americana de Custódia de Bens Estrangeiros" e que não foram restituídos antes de 1951). E adivinhe quem foi um dos beneficiários... acertou - Prescott Bush! E quanto dinheiro ele recebeu? 1,5 milhão de dólares. Por coincidência, o senhor Bush se apossou deste dinheiro e imediatamente utilizou-o para abrir seu próprio negócio. Conveniente, não? Pior ainda, os amigos de Prescott Bush (os mesmos traidores de Wall Street que financiaram Hitler) são igualmente os mesmos que com o tempo fizeram de George Bush pai diretor da CIA nos anos 70 e colocaram ele e seu filho na Casa Branca. Agora entenderam porque Dan Rather e o New York Times não veiculam este tipo de informação? Para confirmar os detalhes acima mencionados, vieram a tona novas informações em 1996, provenientes de três fontes distintas: a) o jornalista holandês Eddy Roever; b) os informes confidenciais liberados pela "Lei Norte-americana sobre a Liberdade de Informação" e c) os “Arquivos sobre a Custódia de Bens Estrangeiros". As informações provenientes destas fontes dão uma imagem ainda mais repugnante da situação. Parece que a UBC era propriedade dos Thyssen. Por conseguinte, a principal casa bancária da família Bush estava em mãos de um dos nazistas mais notórios de todos os tempos, e que, além disso, era seu patrão! A grande questão, a esta altura, é saber se Prescott Bush estava consciente de seus laços com os nazistas e de seus negócios. Considerada toda a informação proporcionada por este artigo, diria que como DIRETOR da UBC era de sua responsabilidade supervisionar qualquer investimento, incluindo para quem era feito e para onde ia. Outra observação interessante, é que a família Rockefeller também investiu pesadamente na máquina de guerra nazista. Como se verificou, a UBC foi um elemento essencial na lavagem do dinheiro sujo proveniente dos investimentos da família Rockefeller na Alemanha, durante a guerra. Este cenário fica mais interessante quando descobrimos que o banco dos Rockefeller - Chase Manhattan - acabou se tornando proprietário de 31% do grupo Thyssen depois da Segunda Guerra Mundial. Este detalhe é muito importante já que o TBC (o grupo Thyssen) é a maior indústria da Alemanha hoje em dia, valendo 50 bilhões de dólares. Tão grande que inclusive adquiriram o grupo Krupp, outro infame fornecedor de armas dos nazistas. Resumindo, o grupo constitui uma das mais ricas multinacionais do planeta, e de onde vem seu capital inicial? Dos nazistas! Temos portanto conexões com as três maiores organizações comerciais do mundo. O príncipe Bernhard, que fundou a Bilderberg, permitiu que a família Thyssen lavasse seu dinheiro via Holanda, enquanto que os Rockefeller adquiriam aproximadamente 1/3 do controle da Thyssen (foi David Rockefeller quem fundou a Comissão Trilateral). E, finalmente, a Brown Brothers Harriman e a UBC, através das quais o dinheiro nazista era encaminhado para os Estados Unidos, foram fundadas principalmente por membros da fraternidade Skull & Bones de Yale, todos eles fundamentais na criação do Conselho de Relações Exteriores (CFR). Começam a entender como todas estas organizações estão interligadas qual tentáculos de um polvo maligno? Para concluir, no que concerne à família Bush, discutimos neste artigo como a fortuna da família Bush foi amealhada sobre o sangue vertido pelos nazistas. Além disso, num artigo anterior que eu escrevi (ver Babel n°58), descobrimos que a família Bush também desfrutou de relações comerciais com a família de Bin Laden no transcorrer dos últimos trinta anos, e ambas pertenciam ao Grupo Carlyle. Tendo isso em mente, a quem George W. Bush será leal, e que tipo de decisões vai tomar: as que beneficiam cidadãos americanos comuns, ou aquelas tomadas por seus mentores? Se me perguntassem, diria que estamos em apuros.* Nota do tradutor do inglês para o francês: o sinistro grupo Bilderberg, do qual faz parte Mia De Vits, presidente da FGTB. Isso mesmo!20 de outubro de 2002.
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